quinta-feira, 29 de maio de 2014

O PSTU apresentará uma alternativa socialista nas eleições de 2014 no Paraná

 Declaração Política do Diretório Estadual do PSTU-PR

O PSTU apresentará candidatura própria à presidente e também ao governo do estado no Paraná, para reafirmar um programa socialista que represente de fato mudanças a favor dos trabalhadores e milhares de jovens que foram as ruas no ano passado. Nesta declaração política explicaremos os motivos pelos quais não foi possível avançar na aliança com PSOL e PCB. As cartas trocadas entre PSOL e PSTU serão publicadas no final do texto.

A nova situação política do país, iniciada com as gigantescas manifestações em junho do ano passado, mostraram que o caminho para realizar as verdadeiras mudanças no país é o da luta direta da classe trabalhadora e sua juventude. Por isso apoiamos as greves que ocorrem em várias cidades. A COPA do mundo não está empolgando boa parte da população que percebeu o descaso dos governos com o povo.

Neste cenário político é importante unificar todos os que estão dispostos a lutar nas mobilizações e greves que estão acontecendo, nesta COPA vai ter luta e nós iremos apoiá-las ativamente. Estamos em ano eleitoral e também é nossa obrigação enquanto partido de esquerda apresentar uma alternativa socialista, anticapitalista e anti regime que enfrente os projetos do PT de Dilma e Gleisi, do PSDB de Aécio e Richa, do PSB de Campos, a REDE de Marina e demais partidos burgueses que apresentarão candidaturas nessas eleições.

No Paraná, Beto Richa (PSDB) demonstrou nesses quatro anos que não governa para os trabalhadores. Mas é preciso dizer com todas as letras que nem Requião (PMDB) e nem Gleisi (PT) representam mudanças a favor dos trabalhadores. Ambos os projetos pretendem governar para os grandes empresários que irão financiar e apostar em suas campanhas. Requião e Gleisi são senadores e nada fizeram para mudar a política do país após as manifestações do ano passado. Gleisi era a ministra chefe da casa civil no governo Dilma até o início deste ano, ou seja, foi parte do governo que priorizou investir bilhões de reais nesta COPA.


Porque não foi possível a Frente de Esquerda no Paraná? 

Não foi possível reunir com o PCB por que estava em período de definição sobre qual seria sua política perante as eleições 2014. Em abril o PCB definiu que lançará candidaturas próprias para presidente e ao governo do estado.

Nas três reuniões realizadas com a direção estadual do PSOL reafirmamos nossa intenção pela unidade da esquerda através de uma frente nas eleições. Nelas explicamos os critérios e condições políticas que para nós deveriam ser consideradas para avançarmos na unidade:

1. Apresentar nas eleições um programa socialista e anticapitalista, que represente de fato os interesses da classe trabalhadora e da juventude. Tal programa deve representar as demandas levadas às ruas em junho do ano passado, mas precisa expressar mais do que isso, deve representar as reais demandas dos trabalhadores, incluindo a luta contra toda forma de opressão. Ele precisa ser construído democraticamente com todos aqueles e aquelas que lutam contra a exploração e opressão capitalista.

2. Contra qualquer tipo de aliança ou apoio de partidos burgueses. O arco de aliança deve ficar restrito apenas ao PSTU, PSOL e PCB.

3. Não pode receber qualquer tipo de apoio financeiro da burguesia e suas empresas.

4. Respeito ao peso político e a inserção social dos partidos na classe trabalhadora.

Em base a esses critérios explicamos que o PSTU não poderia simplesmente fazer uma adesão às candidaturas do PSOL. O programa, o financiamento de campanha, o arco de alianças e o respeito ao peso dos partidos são condições políticas fundamentais. Na ocasião propusemos que cada partido ocupasse uma candidatura de importância, ou Governo ou Senado. Para nós não estaria correto nenhum dos partidos ocupar as duas candidaturas de maior destaque no dialogo com as massas. 


A partir deste entendimento informamos que estaríamos dispostos a abrir mão da candidatura ao Governo do Estado, ficaríamos com a candidatura ao Senado.


Diante dos critérios e condições apresentadas a direção estadual do PSOL nos informou que a Frente de Esquerda dependeria da definição de sua Conferência Eleitoral Estadual. Foi quando decidimos suspender as reuniões e aguardar o resultado da Conferência Eleitoral.

Esta Conferência foi realizada na metade do mês de abril, quando veio a público a informação de que o PSOL teria Bernardo Piloto como candidato ao Governo e Piva como candidato ao Senado.

Após a Conferência Eleitoral o PSTU não foi procurado oficialmente para dar continuidade ou por fim ao esforço pela construção da Frente de Esquerda no Paraná. Não tivemos o retorno prometido quanto a disposição política de avançar na unidade nas eleições em base aos critérios que vínhamos debatendo e que acabamos de explicar acima. Então escrevemos uma carta¹ com o conteúdo exposto acima à direção estadual do PSOL, solicitando sua posição oficial sobre a frente.

A resposta da direção estadual do PSOL² foi: “Em nossa Conferência Eleitoral foram aprovadas as candidaturas de Bernardo Pilotto ao Governo e Luiz Piva ao Senado. Sobre o diálogo com PCB e PSTU, definiu-se por seguir estabelecendo conversas com ambos partidos, nos marcos já definidos das candidaturas majoritárias para o PSOL. Esclarecemos, que a composição do PSOL enquanto partido de tendências teve peso substancial na indicação das vagas ao Governo e ao Senado.”

Como vemos não foi atendido um dos critérios que apresentamos nas reuniões, de que o peso social e político dos partidos deveriam ser considerados na composição da chapa majoritária da frente, onde abriríamos mão da candidatura ao governo do estado mas não do senado. Fica claro que a proposta do PSOL é que façamos uma simples adesão a sua chapa definida.

O argumento de que “a composição do PSOL enquanto partido de tendências teve peso substancial na indicação das vagas ao Governo e ao Senado” não nos diz respeito e não podemos aceitá-lo como justo. Nosso esforço de unidade é com o partido PSOL e não com uma ou outra corrente, tão pouco podemos nos submeter a uma decisão que busca acomodar a unidade interna entre as correntes deste partido. Trata-se de fazer um esforço político sincero pela unidade entre partidos que se mantém na oposição de esquerda, que aliás seria fundamental para fortalecer a disputa pela esquerda.

Mais adiante encontramos na carta: “O PSOL, como já foi colocado em outros momentos, tem acordo com os 4 pontos trazidos pela vossa carta. Além disso, temos a vaga de vice a disposição em nossa chapa majoritária e, principalmente, consideramos que a questão do espaço dos partidos nos programas e na campanha como um todo não se resume a vaga na chapa majoritária.”

Está escrito na carta da direção do PSOL temos a vaga de vice a disposição em nossa chapa majoritária”, ora, fica claro que este partido entende a unidade como uma simples adesão do PSTU a sua chapa. Não podemos aceitar essa postura hegemonista, nosso partido tem trajetória na luta de classes internacional, somos um partido nacional com significativa inserção na classe trabalhadora e participação nas lutas políticas do país. No Paraná não é diferente, temos presença política nas lutas e inserção na classe trabalhadora.

O PSTU e PSOL possuem projetos estratégicos distintos, somos um partido que tem a revolução socialista como estratégia enquanto o PSOL entende que é possível avançar através das reformas nos marcos do capitalismo, as eleições e a aliança eleitoral são questões táticas para nós. Participamos das eleições para fazer avançar a influência do programa socialista sobre as massas; para apoiar as lutas e mobilizações dos trabalhadores; para denunciar a corrupção, a hipocrisia e os interesses da classe dominante, dos seus partidos e instituições da democracia burguesa; para denunciar a traição dos partidos (como PT) que dizem representar os explorados e oprimidos.

Por fim, reiteramos que fizemos todos os esforços para que pudéssemos conformar a Frente de Esquerda no Paraná, porém, como explicamos acima, a posição hegemonista do PSOL em sua Conferência Eleitoral inviabilizou a frente. Sendo assim, reafirmamos a construção da pré candidatura de Rodrigo Tomazini ao governo do Paraná. Convidamos todos aqueles que estiveram nas manifestações do ano passado e os que estão nas lutas e greves de agora à construir essa candidatura conosco.

¹: acesse em http://pstunoroeste.blogspot.com.br/p/escrevemos-esta-carta-direcao-estadual.html
²: acesse em http://pstunoroeste.blogspot.com/p/camaradas-dadirecao-estadual-dopstu.html

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Nota de repúdio à perseguição política que vem sofrendo nosso companheiro Bruno Coga no Hemocentro da UEM

Desde outubro do ano passado nosso companheiro e servidor da UEM, Bruno Coga, vem sofrendo um intenso assédio moral e perseguição política por parte se sua chefia no Hemocentro Regional de Maringá, que culminou com o afastamento de seu local de trabalho e transferência para outro setor do Hospital Universitário de Maringá. Esse brutal ataque se deve a uma postagem que nosso companheiro fez em seu perfil no facebook quando da visita do Governador Beto Richa à Maringá para a inauguração do novo prédio do hemocentro. À época, Bruno denunciou a falta de servidores para atender os novos pacientes e o impacto que a sobrecarga de trabalho traria aos funcionários. 

Embora a postagem tenha se caracterizado como uma crítica a Beto Richa e sua falta de compromisso real com a saúde pública no Estado, o que motivou inclusive questionamentos por parte da imprensa e levou o governador a proferir frase que ficou amplamente conhecida “Eu não trabalho aqui”, a mesma irritou a Diretora do Hemocentro, a médica Silvia Maria Tintori, que tomou a crítica política como uma ofensa pessoal e a partir de então passou a perseguir nosso militante de forma descabida, através de intimidação pessoal e mudança arbitrária de seu horário de trabalho. Na época, a Diretora chegou a solicitar sua transferência de setor e que a superintendência do HU abrisse uma sindicância contra o mesmo, o que obviamente não foi acatado naquele momento. O último episódio desta perseguição foi uma advertência escrita dada a Bruno, por ele simplesmente ter feito um questionamento a um palestrante, do qual discordava de suas ideias e a notificação de que aquele momento em diante, ele não deveria mais se apresentar no Hemocentro para o trabalho, mas sim à Superintendência do Hospital Universitário. Todo este processo trouxe consequências para sua saúde física e psicológica, que levou nosso companheiro a se afastar do trabalho para tratar de sua saúde.

É inadmissível no estado democrático de direito que um trabalhador seja perseguido por suas opiniões políticas, mais ainda quando este trabalhador é um servidor público concursado que ademais de executar suas funções de maneira exemplar, sempre lutou pela instituição a qual pertence, denunciando o descaso com nossa universidade, os sistemáticos cortes de verbas por parte de governos à UEM, piora das condições de trabalho para os servidores, o sucateamento do ensino público superior no estado, enfim, todo o ataque que a UEM e as outras universidades estaduais vem sofrendo ao longo dos últimos anos. Bruno é servidor da UEM por 7 anos, foi membro eleito do Conselho Universitário, é reconhecido na comunidade acadêmica por sua trajetória de lutas ao lado dos servidores, professores e alunos na defesa de uma universidade pública, gratuita e de qualidade, e por usa inserção política junto aos movimentos sociais. Não podemos aceitar represálias àqueles que, no interior da universidade lutam por seus direitos e pela melhoria da instituição. O PSTU não vai aceitar que nosso companheiro seja submetido a essa perseguição. Manifestamos nosso total repúdio ao assédio moral que Bruno vem sofrendo e nos colocamos ao lado de nosso companheiro para encaminhar todas as questões necessárias à sua defesa política e jurídica, para que casos como esses não voltem mais a acontecer no HU e em toda Universidade Estadual de Maringá. 
Postagem de Bruno no Facebook
(Clique para ampliar)

Diante do exposto, iniciaremos uma campanha nacional pública contra a perseguição sofrida pelo nosso companheiro, já que essa represália se configura numa clara tentativa de impedir a livre manifestação e fere completamente a liberdade de expressão. 

- Pelo fim da perseguição política ao companheiro Bruno!

- Em defesa da democracia e da liberdade de expressão na UEM!

- Contra a criminalização dos movimentos sociais e dos ativistas que lutam por melhores condições de vida e trabalho e por uma sociedade mais justa!

- Por mais servidores para a UEM, HU e Hemocentro, por melhores condições trabalho e fim do assédio moral!




Maringá, 24 de abril de 2014
Direção Estadual do PSTU

terça-feira, 15 de abril de 2014

ACUADO PELAS DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO, DEPUTADO ANDRÉ VARGAS (PT) VAI RENUNCIAR


Um jatinho e um passeio em família em João Pessoa (PB). Assim como há alguns anos um Land Rover virou o pivô de um escândalo que mostrou as relações espúrias entre dirigentes do PT e empresários, desta vez a viagem num jatinho foi o que revelou um esquema de corrupção envolvendo o deputado André Vargas (PT-PR), e o doleiro Alberto Youssef. Longe de ser um deputado qualquer da base petista, Vargas era até dias atrás vice-presidente da Câmara.

Por que um doleiro, envolvido em uma série de casos de corrupção, emprestaria um jatinho para um deputado viajar com a família para a praia? Quando foi revelada essa estranha cortesia, o deputado afirmou se tratar de algo normal, como se emprestar jatinhos fosse a coisa mais normal e descompromissada do mundo. "Conhecer alguém há 20 anos não é crime. Alberto Youssef é empresário de minha cidade. Dono do maior hotel da cidade. E os encontros, contatos e relações se deram dentro da legalidade", divulgou em nota no começo do mês. O que o deputado petista se esqueceu de dizer foi que Youssef não era um mero empresário e que as relações que estabelecera com ele estão muito longe de qualquer "relação republicana".

Alexandre Youssef foi preso no dia 17 de março na Operação Lava-Jato da Polícia Federal, que levou à prisão também o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, no dia 20. A operação investiga lavagem de dinheiro e desvio de recursos na Petrobrás, cujo montante pode chegar a nada menos que R$ 10 bilhões. O doleiro mantinha uma série de empresas com contratos firmados com a Petrobrás que, acredita-se, sejam fraudados. Paulo Costa, por sua vez, foi preso com documentos que indicam repasses a políticos, possivelmente para despesas de campanhas eleitorais. Paulo Roberto recebeu de Youssef um Land Rover Evoque, mostrando que os políticos corruptos não possuem um gosto lá muito original.

"Vai valer a tua independência financeira. kkkk"
As investigações da Polícia Federal, por outro lado, revelam uma relação entre Vargas e Youssef que ultrapassam a mera amizade. Diálogos entre os dois interceptados durante o levantamento mostram que o deputado petista ajudou uma empresa de Youssef, o laboratório Labogen, a conseguir um contrato de R$ 31 milhões com o Ministério da Saúde. A empresa, claro, é de fachada. Em sua defesa, Vargas apenas disse que havia achado o projeto "interessante". "Achei que era bom para o país, era bom para a economia", afirmou à imprensa.

Se André Vargas achou o projeto bom para o país, com certeza ele achou muito melhor para si próprio. Num dos diálogos entre o político e o empresário, em meio aos esforços para viabilizar o contrato entre o laboratório e o Ministério da Saúde, o doleiro afirma: "Cara, estou trabalhando, fica tranquilo, acredite em mim. Você vai ver quanto isso vai valer tua independência financeira e a nossa também, é claro, kkkkk". 

Percebendo o cerco se fechar e vendo que não havia resposta plausível para as provas que apareciam, André Vargas renunciou à vice-presidência da Casa, se licenciou do mandato e, por fim, com a corda no pescoço, anunciou a sua renúncia para esse dia 15 de abril. O deputado ainda tentou resistir, espalhando a ameaça que, se caísse, levaria gente graúda junto. Dirigiu ameaças especialmente ao ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (pré-candidato ao governo de São Paulo), a Gleisi Hoffmann e o seu marido, o ministro das Comunicações Paulo Bernardo, mas não teve jeito. Mesmo com a renúncia, porém, Vargas continua com o processo aberto no Conselho de Ética da Câmara, podendo ter o mandato cassado e ficando inelegível por oito anos.

O fundo da questão
O escândalo que atinge os contratos fraudados da Petrobrás, do Ministério da Saúde, empresas e políticos não traz nada de novo. Mostra como, nove anos após o mensalão, o PT continua utilizando as estatais para se financiar e para conquistar a "independência financeira” de seus quadros. Mostra, mais uma vez, a profunda degeneração política do Partidos dos Trabalhadores que, no poder, repete de forma sistemática as velhas práticas da direita e dos governos anteriores. Reafirma a degeneração moral dos dirigentes do partido que, para garantir seu modo de vida burguês e um jatinho para viajar nas férias, não pensa duas vezes antes de atacar as verbas da Saúde, num país em que se morre nas filas dos hospitais públicos.

Quando o PT fez a sua opção pelas grandes empresas, bancos e empreiteiras, fez também a sua opção pela corrupção. Financiado pelo grande capital privado, uma vez eleito, tem que garantir o retorno desse investimento. Quando explodiu o escândalo do mensalão, o PT ensaiou uma autocrítica. Agora, com vários de seus dirigentes atrás das grades, a história se repete. Vai ser o que agora? Um novo “golpe da direita”? A verdade é que as opções escolhidas pelo partido, e os compromissos assumidos, se revelam agora um caminho sem volta.

E a direita?
A direita, por sua vez, já explora o escândalo para se beneficiar eleitoralmente e avançar a privatização sobre a Petrobrás. No entanto, a direita não tem nenhuma moral para denunciar o que quer que seja. O governo de Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo, chafurda no escândalo do cartel dos trens e metrôs. Um negócio bilionário que, se não é o maior, é um dos maiores casos de corrupção da história do país. Já em relação à Petrobrás, o discurso hipócrita dos tucanos não explicam que é justamente através dos contratos com as empresas privadas que se dá a maioria dos casos de corrupção.

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quarta-feira, 12 de março de 2014

EM ÉPOCA DE PRÉ-CANDIDATURAS, KIREEFF ANUNCIA CONVÊNIO COM GOVERNO FEDERAL

Kireeff (PSD) anunciou nesta semana um convênio com o Governo Federal para a liberação de 150 mi para o financiamento das Obras referentes a implantação do Sistema BRT (Bus Rapid Transit ou, em português, ônibus de transito rápido), o projeto integra os investimentos do PAC 2. Desse valor, aproximadamente, 19 milhões serão desembolsados pela prefeitura.

Alguns detalhes da negociação chamam a atenção. Primeiramente, o sigilo com o qual a negociação está sendo tratada. Se se trata de um serviço público que deve beneficiar a população londrinense, então por que ser tratado reserva? O outro ponto que nos chama atenção é a participação de parlamentares e possíveis futuros candidatos do PT, como a senadora e pré-candidata ao Palácio do Iguaçu, Gleisi Hoffmann, o deputado federal André Vargas e a vereadora Lenir de Assis. 

Vale lembrar que recentemente Londrina foi palco de grandes mobilizações contra o aumento da passagem de ônibus e que questionava o modelo de gestão do transporte público da cidade. Naquele momento, nenhuma dessas “autoridades” se posicionou sobre o assunto, nem mesmo quando os manifestantes foram duramente reprimidos pela polícia. 

Apesar do prefeito Kireeff chegar a convocar uma reunião com o Comitê pelo Passe Livre, esse projeto nunca foi citado. 

Assim, a pergunta que fica é, por que não discutir o projeto com os setores organizados, os trabalhadores do transporte, os usuários e com a população em geral? Qual a real intenção da prefeitura e do governo federal? Ao que tudo indica, serão mais milhares de reais destinados para grandes grupos de empresas e mais descaso para a população, pois, segundo Kireeff, o sistema será administrado pelas empresas prestadoras de serviço.

É comum que nas vésperas das eleições surjam medidas “milagrosas” para resolver os problemas sociais como o transporte coletivo, que deveria ser público. Contudo, como sempre, as empresas e empresários que doam dinheiro para as campanhas eleitorais serão depois recompensadas. Como diz o velho ditado popular, quem paga a banda escolhe a música...

Por isso, nós, do PSTU, defendemos a imediata estatização do transporte coletivo de Londrina, sob o controle dos trabalhadores, para que ele deixe de estar à serviço do lucro dos ricos, grandes empresários e acionistas e, esteja à serviço da população que tanto necessita dele.

terça-feira, 11 de março de 2014

LONDRINA: QUANDO MORAR É PRIVILÉGIO... OCUPAR É UM DIREITO!

Desde o início do ano, ocorreram quatro ocupações urbanas na região norte de Londrina. Essa onda de ocupações é fruto do déficit habitacional do município. Infelizmente, o poder executivo ao invés de buscar uma solução ao problema dos moradores dessas ocupações, entrou com um pedido na justiça de Reintegração de Posse dos terrenos pertencentes ao município.

Segundos dados da Companhia Municipal de Habitação (Cohab), atualmente cerca de 47 mil famílias não possuem moradia em Londrina, sendo que 15,5 mil vivem com renda inferior a mil reais por mês. Dentre essas famílias, 26% estão localizadas na zona norte (onde ocorreram as ocupações) e 22% na zona leste (próximo a região da rodoviária). Ainda segundo os dados da Cohab, serão necessário 4,76 bilhões de reais para sanar o atual déficit na cidade.

Ocupar e resistir

O ano de 2013 foi marcado pelo retorno da classe trabalhadora brasileira às ruas. Se junho foi o mês das grandes passeatas, o segundo semestre trouxe um aumento crescente das ocupações urbanas como as ocorridas em Osasco e Belo Horizonte. A explicação para isso é bastante simples: é impossível a uma família que ganha até três salários mínimos adquirir moradia. O preço dos aluguéis é alto demais, chegando a consumir até 50% da renda de quem já vive com muito pouco e com a volta da inflação, o quadro se agravou ainda mais.

Os programas governamentais atendem um percentual insignificante de famílias de baixa renda. O Minha Casa, Minha vida – programa do governo federal muito propagandeado pela presidente Dilma, garante o repasse de recursos para as grandes empresas que, por questões econômicas, optam por não construir moradias para a população que recebe até 3 salários mínimos. A consequência disso é que o número de casas entregues para famílias com essa faixa de renda não consegue suprir sequer a nova demanda gerada, quem dirá diminuir o déficit habitacional.

É esse quadro de desalento que faz com que milhares de famílias optem pela ação direta e por ocupar terrenos abandonados na cidade. Tentam assim garantir na luta um direito que lhes é negado pelos governos. 

Só a luta muda a vida!

Terminou hoje o prazo dado pela justiça para a saída dos 600 moradores que ocupam a área que pertence ao município de Londrina. Nós, do PSTU, somos contra a retirada desses moradores sem que seja oferecida um alternativa de moradia digna para as famílias.

Não quemos nunca mais ver desocupações como a que aconteceu no Pinheirinho, em São José dos Campos, na qual mulheres foram agredidas e violentadas e duas mil famílias perderam seus lares. Para nós, é necessário um programa que atenda realmente a população mais pobre que necessita de medidas governamentais que atestem seus direitos a moradia.

Que a luta dos moradores do Pinheirinho sirva de exemplo aos lutadores de Londrina. Pois foi essa luta que possibilita agora a construção de um bairro, com novas casas, que será a moradia dos lutadores de São José dos Campos. Temos a clareza de que as novas moradias são frutos da pressão popular sobre os governos federal, estadual e municipal.

Força companhei@s!